Nesses dìas estou lendo um livro do 2004, publicado no Brasil, cujo titulo é Videologìas. O tema é interessante. Trata-se de uma analise critica das "aventuras do olhar" na mìdia, particularmente na TV. As referencias teoricas dos dois autores são os principais intelletuais de area marxista que trabalharam com o conceito de ideologìa (Althusser, Benjamin) e com a critica da sociedade de massa (Debord, Barthes).
Uma das teses do livro é que a função ideologica da TV (dos meios em geral) mudou passando de uma fase "nacional" a uma fase "global".
Na primeira dessas fases a TV desempenhou a função de contribuir à construição do espaço publico do Estado. Na verdade, pensando à historia da TV italiana nos anos '50 e '60, posso dizer que verdadeiramente a TV contribuiu à identificação dos cidadãons com o Estado e com os valores nos quais o Estado se reconhecìa. E' o que o Althusser chamava de "aparado ideologico de Estado".
A segunda fase serìa caracterizada para a passagem deste trabalho ideologico do nivel nacional ao nivel global. O poder que na mìdia se apresenta, neste caso não serìa mais um poder politico, mas o poder da spetacularização, o poder da imagem, que materializa o poder do capital.
Na mia hipotese, alèm do feito que a ideìa mesma da sociedade do spetaculo esta no centro de um debate e muitos teoricos não a aceitam, hoje a situação mudou. Não me parece que a "convergencia ao digital" esteja manifestando este triunfo do capital. Ao contrario, o que esta acontecendo é um processo de gradual perta de controle sobre tudo o sistema da mìdia. Quem controla o que? Onde esta o poder da mìdia? Serìa dificil responder. Pelo menos não me preocuparìa disso, quanto mais do esvaziamento de conteudos e da multiplicação dos pontos de vista que esta apresentando-se no Web 2.0 (mas também nas milhares de programas da TV digital).
Neste sentido, a idèia (ou melhor, o medo) da videologìa me parece uma projeção: isto è a ilusão que ainda exista um poder (o poder do capital). Se um poder existe, a gente pode individualizar um nemigo, imaginar as estrategias dele, arrumar uma defesa. O problema è que quando não existe mais poder, ou melhor, quando este poder vai perdendo identidade, vira dificil também a luta.
E' o que esta contecendo hoje: o poder do video é substituido para o poder do vazio. A vaziologia è a ultima forma da ideologia que a mìdia esta apresentando. Precisa pegar nota e ver o que pode-se fazer.
4 comments:
Deixando de lado a tecnofobia e a tecnofilia, assim como a videofilia e a videofobia, acredito que um dos grandes erros que se comete na discussão destes assuntos é toma-los como inimigos a serem combatidos. É a crítica da oposição, que na sua maioria das vezes é somente destrutiva. Ignorar o que está acontecendo ou simplesmente reduzir a uma crítica, etiquetar, rotular (;-p), simplesmente para ter a sensação de controle é uma prática humana que se repete ao longo dos tempos. A diferença hoje é que, assim como os espaços, o tempo se relativizou, se acelerou, encurtou distâncias e talvez não tenhamos mais tanto tempo para gastar travando batalhas com inimgos. Talvez seja o tempo de nos aproximarmos "do estranho" com o olhar amigo, com a disponibilidade das crianças (sem preconceitos) e dessa mistura desenvolver uma reflexão ...
"Vaziologia" : grande sacada esse termo!
Concordo com a afirmação do prof. Rivoltella que a vaziologia é a ultima forma da ideologia que a mídia está apresentando e que precisamos fazer algo. E também com a colocação da prof. Flavia de nos proximarmos com o olhar amigo e a partir daí, desenvolvermos uma reflexão. Mas esse problema vai além da reflexão. Precisamos agir. Mas como? Lutar contra um forte governo o qual não temos acesso? Contra o poder dos "fortes" que dominam as grandes emissoras?
Só vejo uma solução, embora árdua e a longo prazo. A educação... a educação continuada de edu-comunicadores; a reformulação das matrizes curriculares dos cursos de gradução e principalmente, a capacitação de docentes voltados não somente para a utilização das mídias, mas para o desenvolvimento de uma análise crítica capaz de gerar mudanças,mesmo que à longo prazo.
As visiologias tem seu glamour, seu intuito, sua persuazão midiática, mas não possuem, na minha opinião, o controle do poder
Compartilho com a idéia hoje estamos começando a presenciar uma democratização da mídia, no sentido qeu muitos de nós vem desenvolvendo práticas colaborativas na rede intuitivamente. Seja via Wikipedia, Overmundo, Flicker, Twigger entre outras expressões da web.2. Craimos produtos, identidades, comunidades... Quem está no controle? Todos e ao mesmo tempo ninguem. Estamos inseridos na "experiência geral da textura" que as midias através de dispositivos ultiplataformas nos sensorizam.
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